quinta-feira, 10 de outubro de 2013

A Dona de Casa - Apostolado Social




APOSTOLADO SOCIAL

Não basta a esposa ser apóstola junto aos seus. Sê-lo-á também junto ao próximo na socie­dade. E' a família a célula social, de cujo ajun­tamento nasce a sociedade. Cuidar tão somente da felicidade dos seus é pouco demais para o es­pírito e o coração de uma mulher cristã. Por isso procura levar ao próximo seu leal esforço para vê-lo contente e feliz.

A leitora tem nas linhas que seguem uma nor­ma geral para seu apostolado caridoso.

Apostolado com o marido. — É um fato ge­ralmente notado que, após o casamento, muitos moços e muitas moças se retraem da sociedade, dela se desinteressam e vivem só para si próprios. Muitos põem a culpa na mulher, neste caso. Tan­tas vezes acontece, realmente, que a jovem casa­da açambarca o marido para tudo. Nem quer que ele saia para as reuniões de associações católicas e vicentinas. Todo outro é o papel da verdadeira cristã nesta emergência. Ela faz tudo para pôr na cabeça do marido idéias de devotamento e ca­ridade sociais. Vive convencida de que a vitali­dade das associações católicas depende da presen­ça perseverante dos associados casados. A auto­ridade, a experiência, os recursos, a posição social que desfrutam, tudo isso os torna valiosos ele­mentos na atividade católica social.

O exemplo acompanhará as palavras da es­posa e assim a vemos auxiliar nas obras de cons­trução de igrejas, hospitais, asilos, creches, etc. Vemo-la visitar e consolar as famílias pobres, para as quais soube economizar alguma coisa.


Apostolado com os filhos. — A educadora nunca deve ter em vista apenas o presente. Deve "antever", nos filhos pequenos, os homens de ama nhã, cercados de influentes amigos nesta ou na­quela esfera. Fará ver aos seus que aquela cari-dado e o zelo de hoje darão frutos mais tarde, enobrecendo-lhes o coração e preparando-lhes a estima dos concidadãos.

Teu filho, leitora, vai escolher uma carreira? Mostra-lhe não apenas as vantagens financeiras, mas o lado da atividade benéfica e caridosa tam­bém. Neste ou naquele posto há maior ou menor possibilidade de fazer bem ao próximo — dirás ao consultante. Figura, como primeira estrela en­tre as carreiras de caridade social, o sacerdócio — a atividade pela alma com seus destinos eternos. A   mãe   que    despertou,   conservou   e    encami­nhou uma vocação sacerdotal prestou relevantís-simo serviço à sociedade cristã.

Organização social do lar. — Para despertar os sentimentos caridosos e sociais na criança, não há como a lição prática das coisas. A mãe mos­trará vivo interesse pelos domésticos, combaten­do assim a idéia paga de que o criado é um ins­trumento. Moralidade, saúde, religião da criadagem preocuparão vivamente a dona de casa. Foge da exploração nos quartos entregues para mora­ da dos domésticos, nos quais tantas vezes há du­vidosa promiscuidade ou vizinhanças tentadoras.

Tem o marido operários e outros auxiliares sob as ordens? Que a esposa se interesse pelo lado es­piritual e material de todo esse pessoal.

Os pobres não serão afastados dos olhos das crianças. Não. A mãe fará o filhinho ver de per­to a pobreza de uma família, o ensinará a guar­dar alguma coisa "para o seu pobrezinho". Li na vida do cardeal Vaughan que, sendo ele pequeno ainda, servia de cúmplice para os irmãos e irmãs saírem à noite, às escondidas, em visita caridosa aos pobres. Melhor será se os teus imitarem o ges­to caridoso da esmola, sem a saída clandestina. As filhas hão de pôr à disposição para o ensino do catecismo o seu tempo, ainda que com algum sacrifício.

Numa palavra, leitora, mostra em confronto a diferença que há entre as existências. Dize ao teu filhinho como tanta gente trabalha parti ele ter o seu vestido, os seus brinquedos, os seus ali­mentos, etc. Assim o pequeno sentirá a solidarie­dade cristã com o próximo, não desprezará nin­guém, não se prevalecerá sobre o próximo mais necessitado.

De tais filhos nunca se ouvirá mais tarde a desculpa: Não tenho tempo! — quando se trata de devotamento às obras de caridade social.


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