quarta-feira, 24 de julho de 2013

História do Órgão de Tubo





 Etimologicamente, o termo órgão significa o instrumento. A palavra em português deriva do grego "órganon", «instrumento». Trata-se, portanto, do instrumento por excelência, como primeiro conjunto, composto, organizador de sons, pelo que ao longo da História da Música mereceu o epíteto de 'rei dos instrumentos', como também Mozart lhe chamava.

     O órgão é um dos instrumentos musicais mais antigos da tradição musical do Ocidente. Foi o primeiro instrumento de teclas.

       O antepassado do órgão é o hydraulos, ou órgão hidráulico, inventado no século III a.C. pelo engenheiro grego Ctesíbio de Alexandria, responsável pelo cruzamento da flauta típica grega, o aulos, com o sistema hidráulico de injecção de ar comprimido nos tubos.



Partes constituintes:

O órgão é constituído por 4 partes:

                                                          Pneumática
                                                          Tubaria
                                                          Mecânica
                                                          Caixa

  A pneumática é o conjunto formado pelos dispositivos de captação, retenção e envio do ar comprimido à tubaria, bem como a regulação da sua pressão. Os seus elementos são:

Ventilador
Fole
Contra-fole
Cainais de Vento
Tubaria

A tubaria, também chamada canaria, é o somatório de todos os tubos do órgão, encarregues da emissão sonora.

   Os tubos

   Os seus elementos são:
    O tubo é o elemento responsável pela emissão sonora, à passagem do ar através do seu corpo, funcionando como qualquer instrumento de sopro. Quando o executante prime uma tecla [estando aberto um dos registos], o ar comprimido é libertado e conduzido para atravessar o tubo determinado, emitindo a nota correspondente.

Os tubos dividem-se em duas grandes espécies: os tubos labiais e os tubos palhetados (ou de palheta, ou de lingueta).

   Registo

O registo (ou registro (Brasil) ou jogo) é um conjunto (ou série) de tubos de uma mesma fila, os quais têm o mesmo timbre, porque os tubos de uma mesma fila (registo) terem todos características comuns, tais como:

o material de que são compostos: ligas metálicas de estanho, chumbo, cobre; ou então madeira), que pode ser de diferentes tipos: castanho, carvalho, pereira, etc.;

o formato: tubo cilíndrico, cónico, cónico invertido, paralelipipédico;

a medida: termo organístico que se refere à relação entre a altura e o diâmetro;

a entoação: termo organístico que se refere ao ataque, claridade, presença, e outros vectores muito precisos da qualidade sonora ou timbre.

A conjugação destas características dão origem a vários tipos de registos, classificáveis de acordo com uma identificação das suas propriedades acústicas, pois cada qual apresenta características específicas de altura, intensidade e timbre. Assim temos:

Flautados ou Principais: sonoridade mais robusta do órgao
Flautas: sonoridade aveludada
Cordas: sonoridade quente
Híbridos: sonoridade mista
Oscilantes: com batimentos
Mutações: correspondem a notas de intervalos diferentes em relação à nota real que está a ser tocada
Compostos: correspondem a mais do que uma fila de tubos
Misturas: correspondem a mais do que uma fila de tubos
Palhetados: de palheta

Mecânica
A mecânica é o conjunto dos mecanismos que têm por fim a emissão sonora de determinado tubo ou conjuntos deles. Os seus elementos são:

Registo
Também se designa de registos os tirantes, existente na consola, que habilitam ou desabilitam a passagem do ar para a respectiva fila de tubos, dado que os tubos se encontram dispostos no someiro de modo a os seus pés poderem ser tapados ou abertos por uma régua (tábua) de registo que o tirante da consola accionada.
Os tirantes aparecem, na consola, sob a forma de puxadores ou alavancas (para os pés), no caso de um funcionamento de tracção mecânica. No caso das tracções pneumática e eléctrica, os registos podem ser accionados por interruptores, sob a forma de plaquetas ou botões.

Consola com puxadores - típico dos órgãos de construção francesa

Teclados

Num órgão de vários teclados, cada qual encontra-se afecto a uma secção particular do instrumento com características específicas de intensidade, timbre, projecção e com uma designação particular. Assim temos:

Grande-Órgão ou Principal: trata-se da secçao mais nutrida e mais sonora do instrumento;.

Órgão de Ecos: trata-se de uma secção cujos tubos por norma se encontram encerrados dentro de uma caixa, passível de ser aberta ou fechada através de mecanismo próprio, vulgarmente sob a forma de pedal;

Positivo: secção com registos mais agudos e perceptíveis, normalmente prestando-se bem para a prática de música de câmara (tipo baixo contínuo), vai buscar o seu nome aos órgãos positivos construídos para o mesmo efeito;

Positivo de Peito: se se encontra por baixo do grande órgão;

Positivo de Costas: se se encontra nas costas do organista;

Recitativo: detendo vários registos solistas;

Expressivo: cujos tubos se encontram encerrados em caixa de Expressão, fechada por todos os lados, menos por um que possui persianas, cuja abertura é controlada a partir do pedal correspondente (Pedal de Expressão);

Bombarda: detendo apenas registos palhetados;

Em chamada: detendo registos palhetados em chamada;

Pedaleira: como um teclado para os pés, esta secçao possui os registos mais graves e susceptíveis de dar a base harmónica ao edifício sonoro do órgão.

Consola
A consola é a "mesa de comando" do órgão na qual se materializam todos os dispositivos manipuláveis pelo executante (o organista), o que compreende os teclados para as mãos (manuais) e para os pés (pedaleira), os registos e os vários pedais e pedaletes. A consola pode encontrar-se inclusa no corpo do próprio instrumento ou então separada deste.

Caixa
A caixa é uma estrutura, normalmente em madeira, que encerra todo o material anterior. Tem por função fundir os sons e projectá-los para o exterior, além de uma função prática de protecção da mecânica e da tubaria. Normalmente é construída para se harmonizar esteticamente com o espaço arquitectónico onde se insere, aplicando os organeiros para isso no seu design os mesmos elementos estilísticos presentes no local.


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