quarta-feira, 17 de julho de 2013

Conselhos sobre vocação (para meninos de 12 a 18 anos) - Parte 10





CAPÍTULO II 
ESTUDO DA VOCAÇÃO 

Padre J. Guibert
(Superior do Seminário do Instituto Católico de Paris)
edição de 1937



SINAIS DE PROVÁVEL IDONEIDADE         


Eis alguns sinais de provável idoneidade para a vida religiosa ou sacerdotal:

1.º Sentir inclinação para a vida religiosa ou sacerdotal, em geral, vagamente;

2.º Pensar frequentes vezes na necessidade de fugir do mundo a fim de salvar a alma;

3.º Uma suave inclinação para a virtude da castidade, embora acompanhada de tentações contrárias em vários casos, pois a história mostra inúmeros santos que alcançaram grandes vitórias somente depois de terríveis lutas;

4.º Certo atrativo para a oração, em geral, — para as leituras piedosas, — para as cerimônias da igreja, etc.;

5.º O zelo para salvar almas, o desejo de ensinar o catecismo, de dar a conhecer a religião aos ignorantes, etc.;




6.º Algum atrativo para o silêncio, — para a solidão, — embora misturado de tentações para o mundo;

7.º Amor aos estudos sérios, — mesmo que a natureza incline também para a preguiça ou leviandades;

8.º Respeito, em geral, para a autoridade legítima, apesar de algum instinto de revolta;

9.º Refletir muitas vezes sobre a vaidade do mundo, de suas grandezas; — ponderar como tudo passa, etc.;

10.º Certa convicção íntima de que «se eu permanecer no mundo, serei condenado;» este sinal é dado por santo Afonso de Ligório assim como o seguinte:

11.º Depois de fervorosa confissão, passar «muito tempo sem recair no pecado;».

12.º Ter saúde forte ou pelo menos regular, contanto que não sofra de moléstia contagiosa;

13.º Possuir um gênio franco, aberto, expansivo, comunicativo;

14.º Ter um exterior decente, razoável, sociável, isto é, não ter deformidade notável repugnante;

15.º Ser filho legítimo; ter boa índole (cânone 1.363);

16.º O Pe. William Doyle, no seu tratado da vocação, além dos sobreditos casos de provável idoneidade, cita outro curiosíssimo, a saber: ser alguém perseguido por insistente medo de ter vocação. Nisto, vê ele refinada tentação diabólica, que foi muito comum na vida dos grandes santos. Numerosos são os que chegaram a rezar para não terem vocação e que mais tarde foram ótimos religiosos.

Ao terminar, é preciso dizer que os precedentes sinais de provável idoneidade não são os únicos nem tão pouco são infalíveis.

Certos pretendentes possuíam tal ou tal destes sinais e entretanto não tinham verdadeira vocação.

Outros cristãos desprovidos destes indícios exte­riores, revelaram séria vocação por meio de outras provas.

De modo, que o único modo certíssimo de averiguar a idoneidade é consultar o confessor e depois o superior provincial do instituto em que se projeta entrar. É a confirmação do princípio do catecismo do concílio de Trento: tem vocação legítima aquele que é chamado pelos ministros legítimos da Igreja (Ver o Mensageiro do Coração de Jesus, n.° 486).



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