quarta-feira, 1 de maio de 2013

Deus provê as nossas necessidades temporais



Confiança 

 Deus provê as nossas necessidades temporais


A confiança, já o dissemos, é uma esperança heróica; não difere da esperança comum a todos os fiéis senão pelo seu grau de perfeição.

Ela é, pois, exercida sobre os mesmos objetos que aquela virtude, mas por meio de atos mais intensos e vi­brantes.

Com a esperança ordinária, a confiança espera do Pai celeste todos os socorros que são necessários para se viver santamente aqui na terra e merecer a bem-aventurança do Paraíso.

Ela espera, primeiramente, os bens temporais, na medi­da em que estes nos podem conduzir ao fim último.

Nada mais lógico: não podemos ir à conquista do Céu à maneira dos puros espíritos; somos compostos de corpo e de alma. Este corpo que o Criador formou pelas suas mãos adoráveis é o companheiro inseparável de nossa existência terrestre; e o será ainda da nossa sorte eterna depois da ressurreição geral. Não podemos prescindir da sua assistência na luta pela conquista da vida bem-aven­turada.

Ora, para sustentar-se, para cumprir plenamente a sua tarefa, o corpo tem múltiplas exigências. Essas exigências, é preciso que a Providência as satisfaça; e ela o faz magnificamente.

Deus Se encarrega de prover às nossas necessidades... e cuida delas generosamente. Segue-nos com olhar vigilante e não nos deixa na indigência. Em meio às dificuldades ma­teriais, mesmo angustiantes, não nos devemos perturbar. Com plena certeza esperemos das mãos divinas o que é preciso para o sustento da nossa vida.

"Eu vos digo, declara o Salvador, não penseis com an­gústia em como encontrar os alimentos para sustentar-vos e as roupas para vestir-vos. Não vale a vida mais que o alimento, e o corpo mais que a vestimenta?... Vede os pás­saros do céu: não semeiam, não colhem, não juntam nada nos graneis; e o Pai celeste os sustenta... Não valereis vós muito mais do que eles?... Quanto às roupas, por que afli­gir-vos?... Vede como crescem os lírios do campo: não tra­balham, não fiam... No entanto, asseguro-vos, nem Salomão, com toda a sua pompa, jamais se vestiu como eles. Se Deus veste assim, com magnificência, a pobre plan­ta dos campos, que hoje floresce e amanhã será jogada ao fogo, com que cuidado não vos há Ele de cobrir, homens de pouca f é?... 

"Não vos inquieteis, pois. Não penseis: que comer? vestiremos? Não imiteis os pagãos que com isso se preocupam. Vosso Pai sabe e co­nhece as vossas necessidades.

"Procurai primeiramente o Reino de Deus e a sua justi­ça, e tudo o mais vos será dado por acréscimo".

Não basta passar os olhos de relance sobre esse discur­so de Nosso Senhor. Importa que nele fixemos longamente a atenção, para procurarmos a sua significação profunda e nos penetrarmos bem da sua doutrina.


(Livro da Confiança, Padre Thomas de Saint-Laurent)








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