terça-feira, 14 de maio de 2013

Aprendendo o Catecismo: Do Sacramento da Confissão. (2/2)


Leia aqui a primeira parte do Sacramento da Confissão: Parte 1

1) A Instituição do Sacramento da Penitência

Na tarde do dia da Ressurreição, apareceu Jesus aos Apóstolos e lhes disse: “A paz esteja convosco! Como o Pai me enviou, assim envio-vos eu. Depois destas palavras soprou sobre eles e disse: Recebei o Espírito Santo. A quem perdoares os pecados, lhes serão perdoados, e a quem os retiverdes, lhes serão retidos” (Evangelho de São João, Cap. XX, 19-23).

Jesus Cristo, no seu amor, vem em auxílio do pecador por meio de um Sacramento especial. Durante sua vida terrena, perdoou aos pecadores arrependidos, e na Cruz expiou a culpa de toda a humanidade. No dia da sua Ressurreição, deu aos Apóstolos e aos seus sucessores no sacerdócio, o poder de perdoar os pecados em seu nome. Instituiu assim o Sacramento da Confissão ou Penitência e o confiou à sua Igreja.

2) Quando devemos nos Confessar

Devem receber o Sacramento da Penitência todos aqueles que cometeram algum pecado mortal depois do Batismo. Não há obrigação de confessar os pecados veniais, pois estes podem ser perdoados também de outros modos, como fazendo um Ato de Contrição perfeito, rezando devotamente um Confiteor, fazendo uma boa ação por amor a Deus. Mas é muito útil confessarmos também deles, pois na Confissão Jesus Cristo vem em nosso auxílio por meio de abundantes graças próprias deste Sacramento, por exemplo, forças especiais para não pecar novamente. É, pois, muito útil confessar regularmente, mesmo os pecados veniais.

Além de confessar os pecados mortais e os pecados veniais, a Confissão também serve para expor uma dúvida que esteja nos afligindo, para pedir um conselho ao Padre, para pedir uma explicação. Essas coisas podem ser ditas em outra hora, mas o confessionário ajuda a conversar sobre a vida espiritual e moral.

3) A Forma e a Matéria da Confissão

Jesus Cristo ordenou que no Sacramento da Confissão, os pecados fossem perdoados ou retidos, ou seja, não perdoados ou deixados para uma próxima Confissão. Cabe ao Padre julgar, como juiz que ele é, se há verdadeiro arrependimento. Como o Padre não pode adivinhar os nossos pecados, nós devemos confessá-los, ou seja, declará-los, dizê-los claramente, sem esconder nenhum deles. Os nossos pecados assim ditos diante do Padre constitui a matéria do Sacramento da Confissão.

Depois que confessamos, arrependidos, os nossos pecados, o Padre nos absolve com as palavras da forma do Sacramento: Eu te absolvo dos teus pecados em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.

Vemos assim que é preciso três coisas principais neste Sacramento: a matéria (os pecados confessados), a forma (absolvição pelo Padre) e o arrependimento.

4) Os efeitos da Confissão

Quando o Sacerdote nos absolve, Jesus Cristo, nosso Redentor, nos perdoa todos nos nossos pecados. Nós, que estávamos afastados de Deus pelo pecado, somos reconciliados com o Pai Celeste, pelo perdão do pecado e da pena eterna. A Confissão nos restitui, nos devolve a graça santificante, a amizade de Deus, bem como os méritos que perdemos por causa do pecado. A Confissão nos traz muitas forças para não mais pecar.

A pena eterna nos é perdoada. O que isso quer dizer?
Quando cometemos um pecado mortal, ficamos sujeitos a dois tipos de castigo:
- a pena eterna, que é a condenação ao inferno, onde nunca se vê a Deus e onde se sente ódio de Deus, de si mesmo e de todos;
- a pena temporal, que é o sofrimento do fogo que queima as almas do inferno.

Quando nos arrependemos do pecado e recebemos a absolvição, somos imediatamente perdoados da pena eterna, ou seja, não vamos mais para o inferno. Mas continuamos sujeitos à pena temporal, ao fogo. Para pagar esta pena temporal e poder entrar no Céu perfeitamente puras, as almas passam pelo Purgatório. Lá elas sofrem muito, sofrem também no fogo, mas este sofrimento tem a consolação de se saber que em breve estarão no Céu, na Felicidade Eterna, vendo a Deus face a face e podendo amá-lo e adorá-lo eternamente. Mas as almas do Purgatório sofrem muito. Por isso devemos rezar muito por elas, pedindo a Deus, à Nossa Senhora, à São Miguel Arcanjo, que levem estas almas sofredoras para o Céu.

Mas Deus nos ajuda também para diminuir o tempo que devemos passar no Purgatório. Como?

Ele permite que nós tenhamos muitos sofrimentos aqui na Terra. Quando somos católicos e conhecemos todas estas coisas que estamos estudando, aprendemos a oferecer estes sofrimentos a Jesus, em vez de ficarmos reclamando e praguejando contra Deus.

Nossas orações também servem para diminuir nossa pena temporal. Por isso, na Confissão, o Padre nos dá a penitência. Esta oração, ou a obra que o Padre nos manda fazer (jejum, esmola, sacrifício) serve para diminuir nossa pena temporal. Por isso, em vez de desejarmos penitências pequenas e rápidas, devemos nos alegrar quando o Padre nos pede algo que devemos fazer com algum esforço, pois estaremos diminuindo mais a nossa pena temporal.

5) Como devemos nos Confessar

Exame de consciência. Devemos rezar ao Divino Espírito Santo para que Ele nos ilumine sobre nossos próprios pecados. Refletimos, procuramos nos lembrar de todos os pecados que cometemos desde a última Confissão. Podemos ter ofendido a Deus por pensamentos, por atos pecaminosos, por omissões no nosso dever.

Devemos nos lembrar do pecado, mas também do número de vezes que o cometemos e de alguma coisa que possa ter agravado ou diminuído a gravidade do pecado. Tudo isso devemos dizer ao Padre.

Quando já sabemos mais ou menos o que vamos dizer ao Padre, nos aproximamos do confessionário com respeito e recolhimento. Muitas crianças não entendem bem que a Confissão é uma cerimônia religiosa, um rito, e não uma conversa com o Padre. Estamos ali diante de Deus.

Pedimos a benção ao Padre, dizemos quando foi nossa última Confissão, e dizemos todos os pecados, uma após o outro, com o número e algum detalhe importante, sem alongar muito os detalhes que nos levaram a cometer o pecado. Se for necessário algum detalhe a mais, o Padre perguntará. Não podemos esconder nenhum pecado grave, pois isso tornaria a Confissão inválida e estaríamos abusando da bondade de Deus. Muitas pessoas, por vergonha, escondem algum pecado. O Padre, que não pode adivinhar, dá a absolvição, mas Deus não perdoa uma alma mentirosa. Depois aquela pessoa vai para a Missa e ainda comunga, cometendo o pecado de sacrilégio. Tenhamos sempre sinceridade nas nossas confissões.

Quando terminamos de confessar, ouvimos os conselhos do Padre. Sempre aprendemos alguma coisa boa para nossa alma nesta hora. Prestemos muita atenção! E procuremos agir segundo estes conselhos, principalmente quando se trata de reparar algum mal causado aos outros, como pedir desculpas a alguém, devolver algo roubado, etc. O Padre, nesta hora, nos dará a penitência, que rezaremos assim que possível, de preferência logo após a Confissão, em união à Paixão de Nosso Senhor. Depois, ele nos manda rezar o Ato de Contrição. Enquanto rezamos, ele nos dá a absolvição, que termina com esta bela oração:

«Que a paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo, os méritos da bem-aventurada Virgem Maria e de todos os Santos, e tudo o que tiverdes feito de bom e suportado de mal, vos seja aplicado para a remissão dos pecados, aumento das graças e para a recompensa da vida eterna. Amém.»

Que Deus não permita que nos afastemos algum dia da prática da Confissão regular, meio seguro de alcançar a salvação eterna!

(Adaptado do Catecismo de S. Pio X)
 

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