terça-feira, 28 de agosto de 2012

Remédio contra o Liberalismo: Restaurar Tudo em Cristo (Parte I)



REM
ÉDIO CONTRA O LIBERALISMO: 
RESTAURAR TUDO EM CRISTO
Por Monsenhor Lefevbre.

Para os grandes males, grandes remédios! O que poderá curar o câncer ou o aids na Igreja? A resposta é clara, é necessário aplicar os remédios que os Papas propuseram con­tra os erros modernos: a filosofia tomista, a sã teologia e o Direito que resulta de ambas.

A Sã Filosofia, a de São Tomás de Aquino
Para combater o subjetivismo e o racionalismo, que são a base dos erros liberais, não farei alusão às filosofias modernas infectadas precisamente de subjetivismo e raciona-lismo. Não é nem o sujeito, nem seus conhecimentos e nem seus anseios que a filosofoia de sempre, e em particular a metafísica, toma pôr objeto, é o ser mesmo das coisas, é aquilo que é. Com efeito, é o ser com suas leis e princí­pios, o que nosso conhecimento mais espontâneo descobre. E no seu ápice a sabedoria natural (que é essa filosofia) che­ga pela teodicéia ou teologia natural ao Ser por excelência, ao Ser subsistente por si mesmo. E este Ser primeiro que o senso comum, apoiado, sustentado e elevado pelas verdades de fé, sugere que seja colocado no topo do real, conforme à sua definição revelada: "Ego sum qui sum" (Ex.III,14): Eu sou aquele que sou. Vocês sabem que quando Moisés perguntou seu nome, Deus lhe respondeu: Eu sou o que sou, o que signi­fica: Eu sou Aquele que é por si mesmo, possuo o ser por mim mesmo.E o "ens a se": o ser por si mesmo, em oposição a to­dos os outros seres que são "ens ab alio": ser por outro ser, pelo dom que Deus lhes fez da existência! Este é um princípio tão admirável, que se pode meditar sobre ele du­rante horas. Ter o ser por si, é viver na-eternidade, é ser eterno. Aquele que tem o ser por si mesmo semçre teve que tê-lo, o ser nunca poderia havê-lo abandonado. E sempre, foi sempre, será sempre. Pelo contrário, aquele que é "ens ab alio", ser por outro ser, recebeu de outro, portanto começou a ser em algum momento, portanto começou!
Como esta consideração nos deve manter em humildade! Compenetrar-mo-nos do nada que somos diante de Deus! "Eu sou aquele que é, e tu és aquele que não é", dizia Nosso Senhor a uma santa alma. Como é verdadeiro! Quanto mais o homem ab­sorver este princípio da mais elementar filosofia, melhor sentirá seu verdadeiro lugar diante de Deus.
Somente o fato de dizer: eu sou "ab alio", Deus é "ens a se"; eu comecei a^ser, Deus é sempre. Que contraste admi­rável! Que abismo! E por acaso este pequeno "ab alio", que recebe seu ser de Deus, que teria o poder de limitar a Gló­ria de Deus? Teria o direito de dizer a Deus: tens direito a isto, mas a mais nada? "Reina nos corações, nas sacristias, nas capelas, sim; mas na rua e na cidade não!" Que petulâcia! Igualmente seria este "ab alio" quem teria o poder de reformar os planos de Deus, de fazer com que as coisas sejam de outra maneira, diferentes de como Deus as fez? E as leis que Deus em sua sabedoria e onipotência criou para todos os seres e especialmente para o homem e a sociedade, teria o desprezível "ab alio" o poder de rechaçá-las a seu capricho, dizendo: "Eu sou livre!", que pretenção! Que absurda esta rebelião do liberalismo! Vede como é importante possuir uma sã filosofia e ter assim um conhecimento profundo da ordem natural, individual, social e política. Para isto o ensina­mento de Santo Tomás de Aquino é insubstituível. Leão XIII os citou em sua encíclica "Aeterni Patris" de 4 de Agosto de 1879:

"Some-se a isto que o Doutor Angélico procurou as ron clusões filosóficas na razão e princípio das coisa princípios estes que se extendem amplamente e enri>rr.iw em seu interior as sementes de inúmeras verdades ipic dariam abundantes frutos com os mestres posterior< Tendo empregado este método de filosofia,  conseguiu vencer os  erros dos tempos passados e fornecer ann.r invencíveis para refutar os erros que sempre haviam do se renovar nos séculos futuros".
Leão XIII quer que se aplique o remédio da filosol n tomista, especialmente aos erros modernos do liberalismo:
"As sociedades civil e doméstica que se acham em gravo perigo, como todos sabemos, por causa das pestes dom i nantes de opiniões perversas, viveriam certamente mais tranqüilas e mais seguras se nas universidades e esco­las se ensinasse uma doutrina mais sã e mais de acordo com o magistério e o ensinamento da Igreja, tal como contêm as obras de Santo Tomás de Aquino. Tudo o que nos ensina Santo Tomás sobre a verdadeira noção de li­berdade, que hoje degenera em licença, sobre a origem divina de toda autoridade, as leis e seu poder, o pa-ternal e justo governo dos soberanos, a obediência de­vida aos poderes superiores, sobre a mútua caridade que deve reinar'entre todos; todas estas coisas e outras do mesmo teor, são ensinadas por Santo Tomás e têm uma grande robustez e invencibilidade para deitar por terra todos os princípios do novo direito, que como todos sa­bem são um perigo para a boa ordem das coisas e o bem estar público".

Extraído do livro Do Liberalismo à Apostasia

Nenhum comentário:

Postar um comentário