terça-feira, 28 de agosto de 2012

Necessidade da intercessão de Maria para nossa salvação (Parte V)



Necessidade da intercessão de Nossa Senhora
Para nossa salvação.
(Santo Afonso de Maria Ligório)


l. A necessidade da intercessão de Maria provém da sua cooperação na Redenção

Uma sentença de S. Bernardo diz: Cooperaram para nossa ruína um homem e uma mulher. Convinha, pois, que outro homem e outra mulher cooperassem para nossa reparação. E estes foram Jesus e Maria, sua Mãe. Não há dúvida, diz o Santo, Jesus Cristo, só, foi sufícientíssimo para remir-nos. Mais conveniente era, entretanto, que para nossa reparação servissem ambos os sexos, assim como haviam cooperado ambos para nossa ruína. Pelo que S. Alberto chamou a Maria cooperado rã da redenção. A própria Virgem revelou a S. Erigida que assim como Adão e Eva por um pomo venderam o mundo, assim também ela e seu Filho com um coração o resgataram. Do nada pôde Deus criar o mundo, observa S. Anselmo, mas não quis repará-lo sem a cooperação de Maria.
De três modos, explica o Padre Suárez, cooperou a divina Mãe para a nossa salvação. Primeiro, merecendo com merecimento de côngruo a Encarnação do Verbo. Segundo, rogando muito a Deus por nós, enquanto esteve no mundo. Terceiro, sacrificando com boa vontade a Deus a vida do Filho para nossa salvação. Tendo, pois, Maria cooperado para a redenção com tanto amor pelos homens e tanto zelo pela glória divina, com razão determinou o Senhor que todos nos salvemos por intermédio de sua intercessão.
Maria é chamada cooperadora de nossa justificação, diz Bernardino de Busti, porque Deus lhe entregou as graças todas que nos quer dispensar. Por isso, no dizer de S. Bernardo, todas as gerações, passadas, presentes efuturas, devem considerar Maria como medianeira e ad­vogada da salvação de todos os séculos.
Garante-nos Jesus Cristo que ninguém pode vir a ele, a não ser que o Pai o traga. "Ninguém pode vir a mim, se o Pai o não atrair" (Jo 6,44). O mesmo também, no sentir de Ricardo de S. Lourenço, diz Jesus de sua Mãe. Ninguém pode vir a mim, se minha Mãe o não atrair com suas preces. Jesus foi o fruto de Maria, como disse S. Isabel (Lc l, 42). Quem quer o fruto deve também querer a árvore. Quem, pois, quer a Jesus, deve procurar Maria; e quem acha Maria, certamente acha também Jesus. Vendo Isabel a Santíssima Virgem que a fora visitar em sua casa, e não sabendo como lhe agradecer, exclamou cheia de humil­dade: E donde a mim esta dita, que venha visitar-me a Mãe do meu Senhor? (Lc l, 43). Mas como assim pergunta? Não sabiajá Isabel que não só Maria, como também Jesus tinha vindo a sua casa? Por que, pois, se declara indigna de receber a Mãe, em vez de confessar-se indigna de ver o Filho vir a seu encontro? Ah! é porque bem entendia a Santa que Maria vem sempre com Jesus e que, portanto, lhe bastava agradecer à Mãe sem nomear o Filho.
No livro dos Provérbios (31, 14), diz-se da mulher prudente: Fez-se como a nau do negociante, que traz de longe o seu pão. Maria foi essa ditosa nau, que do céu nos trouxe Jesus Cristo, pão vivo descido do céu para dar-nos a vida eterna, como ele diz: Eu sou o pão vivo, que desci do céu; se alguém comer deste pão, viverá eternamente (Jo 6, 51). Daí conclui Ricardo de S. Lourenço que no mar deste mundo todos se perdem, quantos não se tiverem recolhido a esta nau, isto é, que não forem protegidos de Maria. Sempre, portanto, continuaele, que estivermos em perigo de nos perdermos pelas tentações ou paixões desta vida, urge recorrer a Maria, clamando:  l),,,u-ss;,   Se. nhora, ajudai-nos, salvai-nos, se não qum-is ver nos' ,v, didos. E note-se aqui, de passagem, que o sobredlto l ..... „ não se faz escrúpulo de dizer a Maria: Sjilv;,, „,,   , perecemos! Não imita, por conseguinte, o an.o, mencio nado no parágrafo anterior, o qual nos proíbe que, a Virgem salvação, porquanto no seu parecer só  devemos esperá-la. Bem pode um condenado a mor.e dizer a algum valido do rei que o salve, pedindo ao príncipe indulto para sua vida. Mas por que então não poderemos nos dizer a Mae de Deus que nos salve, impetrando-nos a graça da vida eterna? S. João Damasceno sem dificuldade dizia a Virgem Santíssima: Rainha pura e imaculada salvai-me, livrai-me da condenação eterna! S. Boaventura sauda-a como "salvação dos que a invocam". A Santa Igreja aprova o chamar-lhe "saúde dos enfermos" E te remos nós escrúpulos de pedir-lhe que nos salve quando um escritor afirma que ninguém se salva senão por ela? E já antes deles, S. Germano afirmou "que ninguém se salva a não ser por meio de Maria".

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