quarta-feira, 28 de março de 2012

Meditações Para todos os Dias da Semana - Parte 3/6




QUARTA-FEIRA, O JUIZO PARTICULAR




— Logo que a alma tiver saído do corpo, comparecerá diante do Supremo Juiz. A primeira coisa que torna este comparecimento terrível à alma do pecador é que ela se encon­trará, sozinha, na presença de um Deus que ela desprezou, de um Deus que lhe conhece todos os segredos do coração, e to­dos os pensamentos. E diante do Divino Juiz, a alma só poderá levar o pouco de bem ou mal que tiver feito durante a vida.

— Então dirá aquele Juiz inapelável: — Quem és Tu?

Sou cristão, responderás. — Bem, replicará ele, se és cristão, vamos ver se procedeste como cristão. Em seguida começará a recordar-te as promessas que fizeste no Santo Batismo; lembrar-te-á as graças que te concedeu, e enfim todas as tuas ingratidões.
Que te parece, ó cristão, deste exame? Que te diz a consciência? Estás ainda em tempo, se quiseres. Pede a Deus perdão de teus pecados e faze um sincero propósito de não tornar a pecar.

— Esse é o momento em que, se a alma se achar manchada de pecado grave, ouvirá o inexorável juiz pronunciar a tremenda sentença: Filho infiel, dirá, para longe de mim! Vai para o fogo eterno, a gemer com os demônios para sempre! Aquela alma infeliz, antes de afastar-se para sempre do seu Deus, volverá pela última vez o olhar ao céu, e no auge da de­solação dirá: Adeus parentes! adeus amigos, que habitais no reino da glória! adeus pai, mãe, irmãos! vós gozareis para sem­pre e eu serei para sempre atormentado. Adeus, meu Anjo do Paraíso! não vos tomarei a ver jamais! Adeus, ó Salvador; adeus, ó Cruz santa; adeus; ó Sangue em vão por mim derra­mado; não vos tornarei a ver mais. Desde este momento eu não sou filho de Deus; serei para sempre escravo dos demônios no inferno.

— Então os demônios, que se tornaram senhores dessa alma, arrastando-a e empurrando-a, a farão cair nos seus abismos de torturas, de misérias, de tormentos etemos.

Ó alma, não receias que tal sentença seja também tua? Ah! por amor de Jesus e de Maria, porfia por conseguir com boas obras uma sentença que te seja favorável, e lembra-te que, assim como é terrível a sentença proferida contra o pecador, igualmente consolador será o convite que há de dirigir Jesus a quem viveu cristãmente.
Meu Jesus, concedei-me a graça de pertencer naquele dia ao número dos bem-aventurados. Virgem Santíssima, aju­dai-me; protegei-me na vida e na morte, e especialmente quan­do me apresentar ao vosso Filho para ser julgado.

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